

Master System
O Master System foi lançado no Japão em 1987 e é considerado um console de videogame doméstico de terceira geração produzido pela SEGA. No Brasil, foi lançado no dia 04 de setembro de 1989 através da parceria entre SEGA e TecToy.
DE ONDE SURGIU O MASTER SYSTEM?
O Master System é um console de videogame doméstico de terceira geração produzido pela SEGA. Lançado inicialmente dentro do mercado japonês em 1987, o console recebeu o nome de Sega Mark III. Nesta época ele não obteve grande notoriedade, pois o mercado de jogos ainda era bastante dominado pelas vendas da Nintendo, sendo este um empecilho para a sua popularidade entre os japoneses. Apesar do pouco sucesso, a SEGA não desistiu de apostar no console e o lançou novamente, mas dessa vez no mercado americano com uma nova versão, batizando-o de Master System II. A vantagem deste último modelo, ficava no custo de aquisição, sendo mais barato comparado a outros anteriores, no entanto, alguns acessórios já típicos do console, foram removidos, como a entrada para o óculos 3D e o botão de reset. Até então, as vendas do videogame não eram das melhores, até chegar em territórios europeus, em que obteve grande aceitabilidade entre as pessoas, tornando-se popular e garantindo grandes investimentos até 1996. Já no Brasil, a sua história foi um pouco diferente.
A CHEGADA DO CONSOLE AO BRASIL
No Brasil, o console foi lançado no dia 04 de setembro de 1989 através da parceria entre SEGA e TecToy, garantindo um sucesso expressivo nas vendas, isso porque o país não sofria as consequências terríveis do crash dos videogames. Além das propagandas em revistas e jornais da época, a TecToy também investiu no marketing por meio da televisão para o alcance do seu público-alvo, nesse caso as crianças. Assim, de forma estratégica as propagandas eram veiculadas em horários pontuais, nos quais passavam programas infantis, chegando a reversar pela manhã e tarde. Algumas reações podem ser descritas pelo público infantil: “Nossa, saiu mais um sonic! E este mini-game novo? Caramba, o Pense Bem! Que legal, um urso que fala! Sega Saturn, que carequinha estranha!”.
PROPAGANDAS NA TV
Nesta época no Brasil a televisão era um dos mais importantes meios de comunicação, o que seria perfeito para apresentar às crianças os jogos que o console rodava. Era difícil não se encantar com o videogame. Confira abaixo alguma dessas propagandas exibidas na TV no começo da década de 90:
Propaganda 1: https://youtu.be/3txFs2rrWpY?t=1
Propaganda 2: https://youtu.be/ut3HYxHSFe8?t=24
SOBRE O CONSOLE
O aparelho se destacou pelo seu visual moderno e futurista, marcado predominantemente pela sua cor preta e alguns detalhes em vermelho. Os botões de Reset e Pause se encontram em baixo da entrada do cartucho que se localiza na parte superior direita do aparelho, já o indicador de “ligado” fica abaixo do botão Reset. Na frente do console, nas extremidades, se encontram o botão de Power do lado direito, ao meio duas entradas para Joysticks e, ao lado, uma adaptador 3D. Nas extremidades traseiras se localizam: entradas de áudio, entrada de vídeo, seletor de canal CH3-CH4, TV e AC-adaptador. O controle possui uma forma retangular, com os botões direcionais do lado esquerdo e dois botões: o primeiro de start e o segundo de reset. Na versão brasileira, o nome da TecToy se encontra no meio ao invés de SEGA.

O console possui ainda dois periféricos, a Pistola Light Phaser e o Óculos 3D SegaScope. A Pistola Light Phaser lançada a um preço de 180, 00 cruzados novos, foi inspirada na pistola da animação japonesa Zillion, criada em resposta à Pistola Zapper do NES. Inicialmente, a pistola não foi muito bem aproveitada, mas a SEGA soube explorá-la posteriormente com jogos como Gangster Town, Rescue Mission e Rambo 3. Já o óculos 3D custava na época do seu lançamento, 500, 00 cruzados novos, ele era uma inovação tecnológica para o Master System, pois utilizavam a própria forma funcional das TVs da época. Os dois objetos, a pistola e o óculos, também podiam ser combinados em uma partida de Missile
Defense-3D.
PRINCIPAIS JOGOS
Muitos jogos produzidos para o Master System se popularizaram no Brasil, isso porque foram baseados na própria cultura do país. Como várias histórias infantis ganharam seriados na TV, a criançada ficava horas e horas entretidas vendo esses programas. Mas, se além de ver na TV, as crianças pudessem controlar os personagens dessas histórias? Foi assim que surgiram os variados games que exploravam temáticas infantis. Confira abaixo alguns deles:
Chapolin X Drácula: Esse foi um game lançado para o Master System em 1993. Trata-se de uma reprogramação de um outro game chamado Ghost House. O personagem principal do jogo era Chapolim Colorado, o mesmo da série televisiva. O enredo do game conta a história de que uma população de vampiros tem aumentado muito e já não há mais sangue humano para todos. Para resolver esse problema, o super-herói Chapolin, precisa eliminar os vampiros em vários castelos mal-assombrados.
Mônica no Castelo do Dragão: Esse foi um jogo lançado para o Master System no ano de 1991. A turma da mônica já era um sucesso e, então, para aproveitá-lo, a TecToy firmou uma parceria com Maurício de Sousa, o criador da história, e lançaram o jogo no mercado. Mônica no Castelo do Dragão surgiu a partir de uma reformulação de um game que já existia (Wonder Boy in Monster Land, 1987), o que fez com que rapidamente o projeto saisse do papel e ganhasse vida pelo Master System diante das telas. Na história, o vilão capitão feio (infelizmente ele não aparece no jogo) planeja conquistar o mundo para deixá-lo sujo e poluído, e para isso reuniu um poderoso exército de monstro, sendo que o seu braço direito é o malvado Dragão Cospe Fogo. Agora, somente a Mônica e seu coelhinho Sansão, poderão derrotar o capitão feio, mas se ela fracassar será transformada em um monstro poluído e de sujeira.
Turma da Mônica em o Resgate: Esse foi um outro Jogo lançado para o Master System em 1993 com os personagens da Turma da Mônica. Devido o grande sucesso do game Mônica no Castelo do Dragão, a parceria entre a TecToy e Maurício de Sousa continuou. Dessa vez a turma inteira participava como personagens do jogo. Nele, é dado continuidade ao jogo anterior e sua trama se desenrola a partir do sequestro de Mônica pelo malvado capitão feio, que derrotara o dragão e agora seus amigos se alternam na missão de resgatá-la.
Sapo Xulé: S.O.S Lagoa Poluída: Lançado para a plataforma do Master System em 1995, o jogo Sapo Xulé foi inspirado na canção infantil,”O sapo que não lava o pé […]”. Ele foi considerado uma cópia do Astro Warrior. O enredo do game conta uma história muito interessante: Um grupo de cientistas maldosos estão poluindo uma lagoa através de usinas submarinas processadoras de lixo. Para expulsar os invasores e acabar com esse problema, o Sapo Xulé é o escolhido para essa perigosa missão a bordo do seu submarino.
Castelo Rá-Tim-Bum: Lançado no ano de 1997 para o Master System, Castelo Rá-Tim-Bum foi um sucesso. O Game, de produção exclusiva, foi inspirado na série televisiva exibida na TV Cultura. Ele tinha nitidamente fins educativos e era uma ótima forma de entretenimento. Vindo para promover a série de TV, ele foi baseado no episódio em que Zequina bebe um suco e se transforma em neném. O jogador pode se aventurar com o Pedro ou com a Biba, e passer por fases no estilo clássico, resolvendo um conjunto de quebra-cabeças, um mais desafiador que o outro.
Geraldinho: Criado a partir do game Teddy Boy, Geraldinho se consagrou no Brasil como umas das criações para o Master System. Lançado ao público em 1985, o game trazia como protagonista principal, nada mais nada menos que, Geraldinho, um personagem ilistre, criado pelo cartunista Glauco Villas Boas.
As Aventuras da TV Colosso: Esse game foi inspirado em um programa televisivo de muita audiência nos anos 90, a “TV Colosso”. Lançado em 1996 para o Master System, o jogo trazia adaptações do game Asterix and the Secret Mission. Nele, os jogadores podem escolher entre Gilmar e Priscila, como seu personagem ao longo do jogo.
Sítio do Picapau Amarelo: Esse foi um jogo de produção original comandada pela TecToy e licenciada pela SEGA para o Master System. Lançado em 1997, ele se inspirava nos personagens icônicos do seriado e do livro “Sítio do Picapau Amarelo”, de Monteiro Lobato. No game, assim como no livro e no próprio seriado, era valorizado prinicipalmente os elementos do folclore brasileiro.
Para além do entretenimento
Os jogos lançados para o Master System foram, sem dúvida, essenciais para o desenvolvimento de diversas habilidades nas crianças, adolescentes e também nos adultos. Ao mesmo tempo em que se divertiam, aprendiam uma variedade de novos conhecimentos que podiam aplicar no seu dia a dia, como por exemplo, o uso do raciocínio lógico para a tomada de decisões na vida real. A partir da entrada do referido console nos lares brasileiros a dinâmica do ambiente familiar não era mais a mesma, todos se juntavam na sala ao redor da TV para jogar aquele jogo cheio de desafios ilustrados através de cores, sons e movimentos, que prendiam a atenção de todos.
Dentro da linha educacional dos jogos que ganharam novas versões no Brasil, destacamos, o game “Sapo Xulé S.O.S. Lagoa Poluída”, que trouxe um enredo dentro do ensino de ciências, apontando para temas importantíssimos do ponto de vista da ciência, como a questão do lixo em ambientes aquáticos e, de maneira geral, a própria poluição como um problema social. Esse jogo é um importante exemplo para mostrar o potencial que os games têm para divulgar conhecimentos científicos diante de problemáticas que fazem parte do nosso cotidiano, como nesse caso a Poluição Aquática.
REFERÊNCIAS
https://pt.wikipedia.org/wiki/Master_System
https://bojoga.com.br/acervo/consoles/geracao-3/master-system/
https://www.danielgularte.com.br/bojoga/files/2021/02/catalogo-bojoga-2021.pdf
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